O Estado, uma lady na mesa e uma louca na cama. O Estado é uma besta e confirma recorrentemente a sua bestialidade. Na mesma data em que a trupe socialista anunciou ter a intenção de verter em lei a remissão dos representantes da igreja católica para a condição de convidados nas cerimónias de pompa e circunstância reguladas pelo protocolo de Estado, a mesmíssima trupe parece inclinada a considerar que apenas as mulheres casadas ou em união de facto poderão ser beneficiárias de apoio público no que concerne à procriação medicamente assistida, porque é necessário provar que, durante dois anos, apesar de trucatruca insistente, a espasmos e descargas de sémen, não ocorreu a pretendida fecundação. Ou seja, o Estado está disponível para auxiliar não apenas as mulheres a serem mães, mas também os homens a serem pais e os filhos a serem, desde a concepção, vítimas convenientemente arrumadinhas num concerto institucional julgado perfeito, tipo alcofa social que não há a não ser em raciocínios geometro-higienistas. Nicky Florentino.