O regresso do lobisomem. Foi anunciada e prometida a simplificação de um ror de manobras da administração pública para que, enunciou a propaganda oficial, o Estado seja mais e melhor poder e para que se liberte e alivie a sociedade - seja lá o que isso for - do espartilho burocrático. O enunciado é bonito e a intenção que se lhe presume subjacente é liberalmente louvável. O problema, no entanto, é que a tal simplificação dos processos administrativos é ditada mais pela singeleza do erário público do que por doutrina abonatória. O que significa que o que está a acontecer é sobretudo a assunção implícita da impotência do Estado. E com tal assunção empresta-se cobertura às políticas de abandono. Ou seja, primeiro o Estado abandona-se a si. Depois abandonará o seu motivo, essa inexistência chamada povo. Ainda bem. A natureza fez o homem para guerrear. E para, pelo combate, sobreviver aos outros. Nicky Florentino.