Toca e foge. Desde que perto do café Central abriu uma loja dos chineses, é frequente andar por ali, no largo, largado, um catraio com feições orientais. Ele é pródigo em onomatopeias. Ao mesmo tempo que pula e corre, grita e berra. Tanto os movimentos quanto os sons, tudo, são sinais do puto, da sua existência. O fenómeno tem piada. Mas depois do segundo grito, quando começam as quedas e os guinchos agudos, tende a tornar-se repetitivo, a desvanecer-se a respectiva graça e a tornar-se incómodo. A ele, um dos que por ali ocasionalmente ciranda, o chinesinho já grita pouco. Apenas um!, dois!, três!, infinito!, com pouca coreografia à mistura. Porque sabe que quando se excede - e para isso não é necessário muito, basta gritar quatro! - tem que correr ao encontro do regaço protector da mãe. Segismundo.