Sein und Zeit. Ontem, na teelvisão, quando se abalançou afoito para aquela espécie de declaração final que concedem aos dois entrevistados ou o raio que eles são ali, o senhor dr. Mário Soares declarou de rompante, “eu sou um presidente”... Ele é o que é. E quanto a isso não é necessária extensa prosa. Mas o que suscita reparo é que o fulano poderia ter dito «eu fui» ou «eu serei», os dois tempos disponíveis para utilizar correctamente com o complemento directo por ele pretendido. Mas não. O que ele disse, voraz, certo, como se fosse, como se não tivesse tempo para não ser, foi «eu sou». Não, ele não é senhor presidente da República. Ele foi. E provavelmente não voltará a ser. Pelo que, aleluia!, aleluia!, o caso também pouco parece ser uma questão de ainda. O que será um descanso para ele. E é e será um sossego para a restante fauna pátria. Nicky Florentino.