Ruptura sintagmática. Para a senhora juíza que apreciou agora o caso da senhora dr.ª Fátima Felgueiras, esta “encontrava-se ausente, alegadamente, para o Brasil”. Como é evidente qualquer criatura em juízo deve ser cautelosa. Portanto, não havendo prova retumbante que a senhora que se esquivou para a outra banda do Atlântico estivesse, de facto, no Brasil, aconselhado é que isso fique registado apenas como alegação. É sempre possível que a dita cuja não estivesse domiciliada no Brasil, mas que estivesse a apanhar banhos de sol numa qualquer plataforma petrolífera do mar do Norte ou que andasse a pairar às cavalitas da sonda que está a rondar Saturno e respectivos arredores. Portanto, até aqui, as coisas são o que são. E a cautela, como a canja, jamais é demais. Onde o rabo da porca é torcido, em jeito de rosca de parafuso, é no raio da proposição escolhida pela senhora juíza. Porquanto encontrar-se ausente para…, seja por via de alegação ou de qualquer outro mistério, é má gramática. Ou isso ou, em Portugal, os sintagmas já não são o que eram. O que não é motivo de espanto ou de espavento. Até porque Chomsky lá terá a sua culpa. Nicky Florentino.