Juízos imperfeitos e outros. Segundo notícia estampada na edição de hoje do Público, existe um número significativo de tribunais notoriamente deficientes ou muito maus. Nada que espante. Mas que não espante é uma coisa, que não incomode é outra. Para além desta observação, duas notas. Uma relativamente à oportunidade da notícia. Como os funcionários judiciais e os magistrados andam para aí assanhados - foram até atendidos em audiência por essa sumidade em senhor presidente da República -, a publicitação de tais nódoas, parte provavelmente imputável à respectiva caderneta profissional das referidas espécies, serve convenientemente o Governo. O raciocínio é linear, a preguiça e a incompetência não justificam regalias. O raio do Orçamento do Estado também não. A outra nota é em relação às sequelas da notícia. Estima-se que não demore a exigência da publicação do ranking dos tribunais. Assim como não estugue a demora da defesa da privatização e da desvinculação territorial desses mesmos tribunais. Porquanto qualquer criatura deve ter o direito de recorrer ao tribunal que, em seu juízo, lhe oferece melhores garantias ou mais lhe apraz. Para desgraça da fauna autóctone já é bastante ter de remeter a prole para a escola pública e não haver vouchers. Nicky Florentino.