Stop. Para alguns a morte é um mote político. Sugere uma urgência de reflexão, uma espécie de oportunidade de reinício, de recondução ao destino. As gentes são de tal modo
consumidas vividas pela puta da vida que apenas o baque mortal, o choque, as consegue aliviar da respectiva modorra, da sua letargia. Antes, embrulhadas num esquema chamado ordem, as gentes andam como as alimárias que, à roda de um poço, animam a nora. Seja como for, não demora o enleio do rengorrengo a aplacar a necessidade de reflexão. E a vida torna, tiquetaque, tiquetaque, a ser a puta da vida. Até que a gadanha venha de novo. É um esforço do caraças reflectir. Viver é suficiente.
Nicky Florentino.