Sobre a aristocracia democrática. Mais do que os efeitos da canícula sobre o juízo - sobejamente recenseados por Humboldt e Montesquieu -, a banalização, à Calimero, do que é a (in)justiça, permite declarações a roçar o rançoso. Desta vez as vozes exaltadas e que clamam justiça pertencem a algumas das criaturas em deputação. Tais vozes, aliás, chegam a alardear a hipótese de a novel legislação sobre subvenções e o raio que parta ser causa de uma degradação da estirpe das senhoras e dos senhoras que venham a assomar a honras públicas. A ideia, no alarme que sugere e pelo excesso que toma, é tonta. Claro que é de admitir que a raça de tal gente possa piorar. Mas, se o discernimento não for relapso, é evidente que não pode piorar assim tanto. Nicky Florentino.