Rhyme'n flow is in tha house. Cinco meninas em roda, cercadas. Uma finge não estar ali. Empresta um ritmo lento e sincopado ao corpo. Encontra os olhos com o chão, como quem ensaia a sua ausência. Outra delas coloca uma mão à frente para evitar o encosto frontal com os rapazes em torno. Guarda-se. Protege-se. Evita-os. A menina sonsa parece ter o diabo no corpo. Solta-se com lascívia sobre um dos rapazes. Talvez namorado. Talvez rapaz apenas. Ele corresponde de modo desajeitado. Uma outra das meninas lança os braços para cima, coreografa gestos de sevilhana com as mãos e jinga as ancas como quem está a pedi-las. Dança só consigo. Mas não dança só para ela. Dança também para os outros. A última das meninas não se incomoda que os rapazes se rocem no seu corpo. Ela empresta-o. Deixa que eles lhe toquem. O apalpem. O sintam. É no seu cerco que os rapazes se acumulam. Como se fossem uma alcateia. É o apelo da carne. É o apelo da natureza. Ela e eles. Depois, já tarde, a música cessa de jorrar. As luzes claras inundam a pista. E a geografia dos corpos altera-se. Elas, todas, vão-se embora. Eles ficam. Segismundo.