Política in furs. Não há poder. Há poderes. O poder mais eficiente não é o poder da força. Forçar permanentemente, à bruta, desgasta. E se todo o esforço tem um custo, um esforço contínuo é superlativamente custoso. Importa, por isso, evitar o uso permanente da porrada. O engano é uma boa via. Activado, permite legitimidade. Porém, a ilusão não é o poder mais eficaz. O ilusionismo ilude alguns, muitos, muitos, mesmo, mas não ilude todos. Para além disso, há sempre quem não acredite em bruxas e tenha a mania de suspeitar. Disto e daquilo. Contra esses recalcitrantes era bom poder usar-se a força. Mas, assim, às vistas, dentro da ilusão, não é legítimo. Eles têm direitos. E resistem. E reclamam. E votam. É por isso que não há ordem possível nas greis do noroeste. E subsiste o almofadado retábulo chamado democracia. É agreste e como as urtigas, mas, pela mansidão induzida pela civilização - sob a forma de ilusão de encerramento das outras hipóteses, das alternativas -, sente-se como se fosse a pelagem de um musaranho. É por isso que a democracia é sempre a