O que é nacional é bom. Portugal, como qualquer outra pátria, é uma comunidade imaginada pela história, pela palavra e pelo sangue. Não espanta, pois, que por cá tenha vingado um slogan publicitário às bolachas e ao esparguete, em que, ao mesmo tempo que se celebrava uma marca de mercearias, celebrava-se a nacionalidade. Aliás, é sob este juízo que se podem decifrar as palavras ditas pelo senhor ministro da Presidência, “as alterações à lei da nacionalidade vão ser feitas com conta, peso e medida”. Ou seja, tlim, tlim, tlão, tocam os sinos a rebate. É preciso continuar a imaginar que os autóctones são autóctones, os de fora, esses, é que são estraga-albardas com visto de turista. Nicky Florentino.