Bonecos. Aconteceu em Orlando, na Disneyland, um dia. O Tico e o Teco - um com nariz escuro, preto-amora, outro com nariz rosa-fúcsia -, desviaram-se do desfile, recolheram-se sob uma sombra e retiraram as respectivas carcaças de polietileno ou o caraças para ingerirem água. Dois petizes, irmãos, assisitiram à cena e, em consequência, ficaram traumatizados, por terem percebido o logro em que haviam sido enleados. Eram pequenos, mas não eram estúpidos. O Tico e o Teco deviam ser esquilos disneystilizados, não, abrenúncio!, gente fardada a semear o engano e a ilusão. Ora, o mesmo trauma aconteceu-me ontem ao ver um ror de polícias numa coreografia tão assanhada quão fandanga. Mesmo que não lhes sejam raras as causas para o protesto e lhes tenha assistido o juízo, o episódio de ontem foi mais pungente, pior do que um motorista de fórmula um com farda amarela a assomar ao pódio. Nicky Florentino.