Aritmética eleitoral. Em termos fenomenológicos, não espanta que o senhor dr. Álvaro Cunhal se tenha entusiasmado com a célebre final de Wimbledon de milnovecentoseoitenta, entre Björn Borg e John McEnroe. A dialéctica tem os seus intervalos, assim como qualquer senhor secretário-geral do PCP tem os seus lazeres. Extraordinário, seja qual for a tradição fenomenológica considerada, é que a contagem de votos, mesmo no mais exótico dos universos, não seja uma mera operação aritmética. É que, segundo a homologação final, no resultado da eleição para o Departamento Nacional de Mulheres Socialistas foram creditados milnovecentosedezassete votos à lista A e miloitocentosenoventa votos à lista B, quando, antes, no processo de apuramento provisório, haviam sido contados para uma e outra, respectivamente, doismilcentoeoitentaeum e doismilcentoevinteeoito votos. Não é mistério. É apenas o que é. Não se sabe o quê. Nicky Florentino.