Se até os monstros são nossos amigos. O caso dos sobreiros de Benavente convenientemente talhados por lâminas de moto-serras suscitou entre algumas almas da província dextra um argumentário interessante. Escreveu-se para aí que o problema, se problema for, não foi motivado por um lapso de juízo ou hombridade de uns fulanos que passaram por senhores ministros. Não. O problema foi motivado por um excesso de Estado. É curioso baralhar o caso nestes termos. Porque, como posto, o libelo de excesso de Estado é também, mesmo se não raciocinada, uma acusação implícita ao Estado de direito. E porque pretende que a lei do dinheiro é mais imaculada ou inocente do que a lei do Estado. Seja como for, o problema não é, por jamais poder ser, um problema de excesso de Estado. O problema, se é problema de excesso, ou é um problema de excesso de chaparros na zona ou é um problema de excesso de boa vontade e teimosia do titular do empreendimento que pretende substituir o montado por pasto próprio para a prática de golf e outros desportos radicais. Problema de excesso de amizade é que provavelmente não é. Porque os amigos, esses, os bons, nunca são demais. E são para as ocasiões. Nicky Florentino.