Jogar às culpas. Ele estava a trabalhar. A mãe irrompeu e interrompeu-o com o ensaio de um inquérito. Soube-te bem o lanche?, os morangos estavam bons?, perguntou-lhe ela. Ele olhou-a durante um breve instante e voltou a fazer o que estava a fazer, escrever um ensaio inútil. Não lanchei, não comi morangos, informou-a ele, seco. Estás à espera que eu acredite nisso?, sondou a senhora sua mãe, dando um tom indignado à interrogação, queres convencer-me que os morangos desapareceram misteriosamente? Não, não, respondeu ele às duas perguntas. Depois acrescentou, já há alguns anos que quem tem essas competências cá em casa são as pequenas bestas devoradoras. O quê?, os teus sobrinhos estiveram cá?, quis a mãe dele saber. Não, estiveram cá as tuas netinhas e o teu netinho, pronunciou ele. Á!..., abafou ela a sua exclamação, e ele voltou a ficar sozinho, com a respectiva culpa. Segismundo.