Voltar para dentro. Com a intensificação da integração de Portugal no que hoje é a União Europeia, os homens com as mãos nas rédeas da pátria viram-se privados de um dos espaços de discricionariedade habitualmente utilizados para consertar a situação económica da comunidade imaginada, a política monetária. E uma das consequências do estreitamento do espectro de acção da acção soberana foi que a política fiscal, no modo como afecta os gentios, se tornou, então, um dos mecanismos de inscrição e de identificação nacional. Daí que se sintam mais portugueses quando pagam impostos do que quando olham para o umbigo, lêem Camões ou fazem trocos. Nicky Florentino.