Modernidade e a idade do juízo. Inês David Bastos, pelo Diário de Notícias, perguntou ao senhor novel deputado Nuno da Câmara Pereira, “concorda com a despenalização do aborto?”. E o fulano respondeu, “por formação, sou visceralmente contra o aborto, mas considerando os fenómenos da modernidade penso que pelo menos até à maioridade as jovens devem poder prevaricar”. Ou seja, para o dito cujo, a modernidade atrasa o juízo das moças, pelo menos até aos dezoito anos. Pelo que, até esse limiar, é tolerável a interrupção da gravidez. Pena é que o mesmo fulano nada tenha dito sobre a idade a partir da qual deveria ser lícito apedrejar fadistas. E astronautas. Segismundo.