Água mole em calhau duro. As senhoras socialistas estão danadas com o senhor eng.º José Sócrates porque foram nomeadas poucas, raras e seis, mulheres para o Governo, entre cinquenta e duas hipóteses. Há motivo para isso. O senhor primeiro-ministro podia ter feito algum esforço no sentido de recrutar mais umas quantas mulheres para compor o ramalhete governamental. Não é bonito ser-se secretário-geral de uma seita que apregoa a paridade e, quando a selecção depende sobretudo da vontade política constituída, quase nada fazer para uma aproximação ao raio desse desígnio. Seja como for, o problema não é de sexos. Sequer é um problema de competências ou qualificações. É um problema de outro tipo, fundo. Convém não esquecer que a política é a política, uma pronvíncia com lugares e despojos finitos. E com manias específicas. E, em relação a essas manias e com ânsias, há muito mais homens do que mulheres. Pelo que é compreensível que as honras governamentais tenham calhado privilegiadamente a homens. Não porque são homens. Mas porque no colégio de putativas criaturas a escrutinar para o pátrio Governo ainda abundam os machos e, comparativamente, são raras as fêmeas. Ou seja, em Portugal, a puta da vida é o que é. E ainda não deixou de ser assim. Nicky Florentino.