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Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2005-01-18


O esteta, os filisteus, as pérolas, os porcos e a democracia. Em entrevista estampada na edição de ontem do Diário de Notícias, perguntaram ao senhor dr. Manuel S. Fonseca, senhor director de programas da SociedadeIndependentedeComunicação, “e não deve haver um critério de gosto?”. Ele iniciou a resposta ressuscitando Bourdieu, “o gosto é sempre um gosto de classe”. Depois prosseguiu a sua resposta, “em 1992 a SIC trouxe a Portugal a democracia televisiva. Com a SIC terminou o dirigismo no entretenimento. Não é comparável o universo de pluralidade que temos hoje com o dirigismo serôdio da televisão anterior a 1992. Com os aspectos positivos e negativos, a televisão que temos é um espelho onde os portugueses se olham e que reflecte o que eles são”. O entrevistador, tocado pela terceira razão kantiana, insistiu, “não há um gosto universal?”. O entrevistado retorquiu. Ao princípio com uma interrogação, “mas algum dia existiu um gosto universal?”. Depois, com uma dissertação sobre os processos sociais que configuram as gramáticas de produção, distribuição e recepção estética, assim, “a questão é que havia gostos que não eram representados no espaço mediático. Esse fenómeno de exclusão do gosto popular, impondo o gosto minoritário de um grupo razoavelmente ilustrado, como um gosto que fazia lei, é uma história de exclusão. A exclusão não é mais possível a partir do momento em que a democracia chegou à televisão. Por muito que custe a alguns, o voto de um arquitecto vale o mesmo que o voto de uma peixeira do Bolhão. Não vejo porque é que pessoas habilitadas a votar e a quem os dirigentes políticos se dirigem em tempo de eleições não podem ver Os Malucos do Riso, que é visto por todas classes sociais. Não deve haver nenhum déspota iluminado a dizer que gostos os outros devem ter”. Ou seja, quer os arquitectos não queiram, quer as peixeiras do Bolhão queiram, a SociedadeIndependentedeComunicação tornou-se um garante da pátria democracia. Assim, tunga!, mesmo. Como se a democracia fosse um regime de (des)gosto. E só. Ou uma paródia. O que não é muito diferente. Nicky Florentino.


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