Europe, mon amour. A fábula faz assim a estória, a menina Turquia levantou os olhos e foi bater, noc, noc, à porta da abastada e cerimoniosa vizinha, a senhora Europa. A senhora Europa, senhora de si, espreitou pelo postigo e disse, menina, se queres entrar, vai lavar as mãos e a cara e retira esse véu da cabeça, pois está fora das tendências ditadas pela mãe do bom gosto, a cidade chamada Paris. A senhora Europa, embora astuta, não engana. Como percebeu o preclaro Nietzsche em Jeinseits von Gut Böse, “a democratização da Europa é, ao mesmo tempo, uma involuntária organização para a criação de tiranos, entendida a palavra em todos os seus sentidos, incluindo o espiritual”. Nicky Florentino.