Enraivecer. Dizer, no Primeiro Congresso da Democracia Portuguesa, que a democracia não existe é um excesso. Percebe-se isso quando a audiência, ávida de destilar aversão ao capitalismo, enuncia nos olhos a raiva em relação ao argumento. É que, julga a generalidade dos patuscos distribuídos pelo auditório, a democracia é instrumento de salvação e redenção secular da espécie. Por isso, se um louco lhes diz que a democracia não existe, então, o desespero é ainda maior. Mas era essa a lição. A pedagogia pela inquietude. Nicky Florentino.