Captações, xv. Em Los Siete Locos. “Erdosain fecha os olhos. Um perfume, que não consegue discernir se de nardo ou de cravo, inunda a atmosfera de um misterioso embalsamamento de festa.
E Erdosain pensa:
- Apesar de tudo é necessário enxertar alegria na vida. Não se pode viver assim. Não há direito. Acima de toda a nossa miséria é preciso que flutue uma alegria, que sei eu, algo mais belo que o feio rosto humano, que a horrível verdade humana. O Astrólogo tem razão. Há que inaugurar o império da Mentira, das magníficas mentiras. Adorar alguém? Fazer caminho entre este bosque de estupidez? Mas como?
Erdosain continua o seu solilóquio com as maçãs do rosto coradas:
- Que importa que eu seja um assassino ou um degradado? Isso importa? Não. É secundário. Há algo mais belo que a vileza de todos os homens juntos, e é a alegria. Se eu estivesse alegre, a felicidade absolver-me-ia do meu crime. A alegria é o essencial. E também amar alguém”. Segismundo.