Captações, xiii. Em Les Chants de Maldoror. “Já não tinha qualquer parcela de divindade: consegui elevar a alma até às excessivas alturas desta inefável volúpia. Escutai-me pois, e não coreis, ó inesgotáveis criaturas do belo, que tomais a sério o ridículo zurrar da vossa alma, sobejamente desprezível, e que não compreendeis por que motivo o Todo-Poderoso, num raro momento de excelente paródia, que decerto não ulrapassa as grandes leis gerais do grotesco, se deu um dia ao mirífico prazer de mandar que um planeta fosse habitado por seres singulares e microscópios, chamados humanos, e cuja matéria se assemelha à do coral vermelho. Claro que tendes razão para corar, ossos e gordura, mas escutai-me. Eu não invoco a vossa inteligência; vós a expulsaríeis do sangue pelo horror que ela vos dispensa: esquecei-a, e sede consequentes convosco próprios... Agora, nada de mais contrangimentos”. Segismundo.