O fim do mundo (português) em cuecas. Portugal está a acabar, embora não a acabar como Portugal. Portugal está a acabar por tornar-se excessivamente Portugal. Daí que, próximo do fim, o que é necessário não é um choque tecnológico ou sequer a reforma do Estado. Não é necessária mais modernidade. A que existe, no chão e entre os corpos em que existe, existe em sobejo ou excesso. O que é necessário é resgatar o tradicional sentido do pudor, da vergonha, o contrário da desfaçatez que quase já ninguém, taquepariu, sequer sente a necessidade de dissimular. Nicky Florentino.