No Quarteto. Cena um. Numa mesa, a paixão servida. O olhar deslumbrado e concentrado dela. A voz moderada dele. Ela com a cabeça inclinada, suportada pela palma da mão direita e o cotovelo apoiado no tampo da mesa. Ele moderado nos gestos e na explicação. Ela e ele não se tocavam, excepto com o olhar, as palavras e os sorrisos cúmplices da paixão ainda não anunciada mas evidente. Cena dois. Noutra mesa, a discussão em torno de um Pedro. Uma diz que uma noite o expulsou do seu quarto. A outra queixa-se do galanteio continuado, das insinuações dele. As duas desdenham-no. Mas, ao mesmo tempo, mesmo não parecendo, disputam-no. Ganha aquela que conseguir enganar a outra. Mas nenhuma delas se deixa enganar. Fingem as duas, percebe-se. Ambas desejam-no. Talvez não por cada uma delas o desejar. Mas por cada uma saber que ele, o tal Pedro, era desejado pela outra. Segismundo.