<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://draft.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2004-10-13


Confutatis maledictis. Não digo. Hoje chorei. Depois não suportei estar no Nimas, saí antes, muito antes, de o filme acabar. Terei de lá voltar. Hoje chorei. Mas não digo. O apetite falhou-me. A fome também. Senti o corpo a quebrar-se, como se tomado por uma anestesia. Há uma falta que me corta, rasga, sangra. Refugiei-me em casa. Não digo, não confesso, mas senti-me só. Estranhei a casa. Faltou-me a coragem para abrir a varanda, para espreitar o rio. Há frio lá fora. Não sei das tuas mãos. Hoje reencontrei um poema da Gabriela Llansol. Não digo qual. Sedução.

Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém.
Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles
A boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a respirar
Florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia.
Aspergir de solução libidinal os corredores e a porta.
Velar as janelas com um suspiro próprio. Conceder
Às cortinas o dom de sombrear. Pegar então num
Objecto contundente e amaciá-lo com a cor. Rasgar
Num livro uma página estrategicamente aberta.
Entregar-se a espaços vacilantes. Ficar na dureza
Firme. Conter. Arrancar ao meu sexo de ler a palavra
Que te quer. Soprá-la para dentro de ti
até que a dor alegre recomece.

Quero apenas, pelo que talvez diz de mim, que este poema seja para ti. Hoje chorei. Não digo. Também não escondo. E estive a dizer palavras, textos, sobre o som de Festina Lente, de Arvo Pärt. Começo a gostar deste jogo. Mas começo também a perceber que só faz sentido se for partilhado, se merecer a audiência exacta. É por isso que repito, repito para ti, fazes-me falta. Quero as tuas mãos. E não troco a boulevard pelo resort. Hoje chorei, não sei se te disse. Se disse, não quis dizer. Às vezes, tantas, acontece, engano-me. Boa noite. Escreveu-lhe ela. Segismundo.


Enviar um comentário

2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).