Chuva. O meu corpo outonou subitamente. Arrefeceu. Recolheu-se. Fechou-se na forma deixada pela tua ausência. Algo me perturba. Não digo o quê. Os lençóis ainda exalam o perfume da canela que, com as tuas mão, espalhaste no meu corpo. Enebria-me esse cheiro. Mas estou sozinha. Pouco me importa a chuva que tomba na varanda. Ouço-a, mas não a sei interpretar. Desconheço ainda o prazer, que me prometeste ensinar, de encontrar o corpo com ela. Quando voltas? Diz-me quando voltas. Traz-me o regresso das tuas mãos, do teu peito, dos teus olhos. Arde-me a espera. Mas não digo. Agora vou tentar dormir. Boa noite. Escreveu-lhe ela. Segismundo.