Sinais. Quase já esgotei o último do Tom Waits, sem o partilhar. É o meu segredo. Mas sofro a distância. A varanda está vazia. A varanda está fechada. Não consigo olhar o rio. Estou a ler Pavese. Cito-te a primeira frase de um poema:
Verrà il giorno che il giovane dio sarà un uomo
senza pena, col morto sorriso dell’uomo
che ha compresso.
Não traduzo. Estou cansada. Vou dormir. A porta do quarto fica aberta. Sei que não vens, mas é um sinal para ti. A porta do quarto fica aberta, repito. E vou tomar apenas uma almofada. A outra fica vaga. É outro sinal para ti. Agora vou apagar o candeiro. Boa noite. Escreveu-lhe ela. Segismundo.