<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2004-09-20


Regresso. Lisboa. Quase nada passava das seis horas, madrugada, quando ele tocou à campaínha. Ela pouco demorou. És tu, disse ela, sonolenta, sem aparentar surpresa ou estranheza. Entra, autorizou ela, abrindo mais a porta. Ele entrou. Há quantos meses não te via?, dois?, três?, perguntou ela. Desculpa, não devia ter vindo, disse ele. Não peças desculpa, és assim, surges quase sempre de madrugada e raramente avisas, sossegou-o ela. És louco, mas estou habituada a essa forma louca de seres, confessou-lhe. Ele percebeu alterações na casa, na decoração, mas não conseguiu precisar o que tinha mudado. Vejo que já trazes o jornal – o costume, não é? –, disse ela. Senta-te. Ele sentou-se. Então, o que vieste aqui fazer?, perguntou-lhe ela. Não sei, tentar falar de amor, disse ele. Isso não existe, o amor não existe, o que existe são os amores, provocou-o ela. Ele baixou os olhos. Fui eu que te disse isso, não fui?, inquiriu ele. Ela sorriu apenas. E foi directa a uma pergunta que ele não esperava, vens para me amar? Fez-se um breve silêncio antes da resposta. Não, venho para ver o Tejo a acordar. Sei que daquela janela, apontou-a, consigo fazê-lo. Ela apagou a luz da sala, correu os cortinados, abriu a janela e abraçou-o, aninhando-se nos seus braços, transmitindo-lhe o calor de mulher. Estava à tua espera, sabias? Ele não sabia. Beijou-lhe a face e tentou fingir as lágrimas. Então?, anda cá, disse ela. E ele foi. Já tinha ido. Segismundo.


Enviar um comentário

2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).