Porque amanhã é sempre longe demais. Disse o senhor dr. João Soares, consciente da sua derrota no concurso a senhor secretário-geral do PS, “em democracia há batalhas que se ganham e batalhas que se perdem. O que tem de grande virtude o sistema democrático é que os resultados são sempre justos e podem sempre ser corrigidos no futuro”. Este é um dos piedosos enganos da cartilha democrática. A crença de que em democracia o futuro nunca acaba, não se esgota, tende a caucionar a irresponsabilidade e a negligência. É um facto que se aprende com os erros. Mas não é apenas com os erros que se aprende. Sequer é necessário repetir os erros para calibrar e sofisticar a aprendizagem. É por isso que a democracia, enquanto ordem, devia ser uma ordem de urgência, não a normalidade do engano frequente e repetido. Nicky Florentino.