O desassossego democrático. Disse, enlevado, o senhor ministro da Justiça, “configura um dever indeclinável da nossa geração – um dever ético, cívico, político, diria mesmo constitucional – criar as condições para assegurar a plena e cabal afirmação do poder judicial como garante do Estado de direito”. É por estes depoimentos que, obrigados à lucidez, alguns gentios mais dispersos conseguem conceber a democracia como ela é. Difícil. E, porque não feita, jamais feita, coisa a fazer. Daí que a puta da sua ilusão, uma vez revelada, se torne insuportável. Dado que ninguém aprecia ser enganado, em devido tempo, ainda na oportunidade para a renúncia, alguém devia ter ensinado que a democracia subsiste apenas com democratas. Não com atávicos e sossegados. E que é difícil. Nicky Florentino.