O tempo da distância começa a esgotar-se, mas não é ainda o momento de regressar a esta casa de danações. Por ora, apenas um apontamento de ausência. Sem paciência. Sobre o concurso a senhor secretário-geral da trupe socialista. Eles, os candidatos a tal honra, são um, dois, três... Três. Mas, em rigor, nenhum parece interessado em ser o singelo senhor secretário-geral do PS, que é, no instante, ao que raio se candidatam. Querem, eles, ser mais. Muito mais. E já. O que é um engano político. E uma forma mal disfarçada de desfaçatez. Se são candidatos a senhor secretário-geral do PS é para serem o senhor secretário-geral do PS, não para terem a hipótese de serem o senhor primeiro-ministro da pátria. Ao adiantarem o passo, colocando alhos, bogalhos, folhas de louro, medronhos e passas de figo, tudo, no mesmo saco, o senhor dr. João Soares, o senhor eng.º José Sócrates e também o senhor dr. Manuel Alegre aparentam não ter trambelho mais apurado que do que o degraçado barranquenho que, parece, anda para aí de mal com a vida. Aliás, houvesse outra via para alcançarem os respectivos e verdadeiros intentos e provavelmente não se dariam ao desconforto, pois desconforto seguro é, de utilizar o PS como trampolim. Nisto, os ditos senhores não se destinguem dos gentios. Todos, mesmo se uns mais do que outros, fazem e tratam de fazer pela vida. Que não é vida. É a vidinha. Mas este é outro engano dentro do qual vivem alegremente, sem se destacarem. Uns, os senhores candidatos a senhor secretário-geral do PS. E os outros, os gentios. Pode acontecer, pois, que se fodam por não saber dançar. Nicky Florentino.