Estava absorta, parecia entretida apenas com o copo que segurava. Rodou o cocktail entre as mãos. Ergueu-o até ao lábios. Admitiu um pequeno trago, para procurar o mix com a língua. Revolveu-o pacientemente na boca. Enquanto absorvia o sabor do cocktail, deixou o corpo embalar-se com a música. Entre os outros, notou-se o seu abandono à dança. Mas ninguém percebeu o que, no mesmo instante, lhe preenchia o espírito. Se, segundo a lenda, o sangue obrigado de jovens havia tonificado a pele da condessa de Bathory, seria o sangue ingrediente recomendado para um refresco?, perguntou-se ela. Na dúvida, decidiu não tardar a experimentar. Pelo que, no cerco, imediatamente começou a sondar os corpos dispostos à sedução. E investiu sobre uma vítima exacta. Chamava-se Maria. O Marquês.