Segundo a pena do senhor dr. Vasco Graça Moura, nesta pátria, a nossa, existe “uma oposição ranhosa e mixuruca, sem sentido de Estado nem dignidade, quer na sua obscena modalidade jacobino-socialista, quer na sua variante estalino-intersindical, quer na sua ignomiosa expressão lupen-trotskista. Não sabe nem quer discutir política. Anda a glosar há décadas as mesmas frases feitas. É incapaz de propor alternativas sérias. Quando diz trazer novidades, só cai na torpeza e na má-fé. Uma tropa-fandanga sem capacidade de entender o mundo, sem honestidade intelectual para análise dos problemas e das conjunturas, sem vergonha na cara, quanto às suas próprias responsabilidades, sem ideias na cabeça quanto ao futuro”. Que a oposição seja tudo isto, nada a objectar. As coisas são o que são. Agora pretender que a situação seja diferente – e, diferente, para melhor –, isso, é, no mínimo, tanger a dissonância cognitiva, o nome elegante do delírio. É que, neste chão chamado Portugal, os zeros à direita também nada valem. Vêm todos depois da vírgula. Daí que não decorra de salubre juízo o julgamento de que, cá, uma banda política é mais assoada do que a outra. Nicky Florentino.