Por mais audaz que seja a hermenêutica da tradução do relatório da Amnistia Internacional sobre os direitos humanos, em nenhuma passagem foi aí afirmado que a situação actual é a pior dos últimos cinquenta anos. Por isso, tão necessário quanto ter a noção das proporções, como exorta – e bem – o director do Público no editorial da edição de hoje – pois o domínio da escala é uma das primeiras condições do juízo –, é não reagir, como os cachorros de Pavlov, à neocon e saber ler Inglês. Para além disso, a relevância do relatório da Amnistia Internacional reside no facto de ser, como sempre foi, um relatório político. Que o último desses relatórios inclua os EstadosUnidosdaAmérica no rol de casos objecto de libelo, cruzes!, credo!, não é suficiente para o desqualificar. Pois o mundo não é tão consoante a vontade quanto é o que é. Nicky Florentino.
Post-scriptum. O Vital zurziu informada, valente e elegantemente no «arranjo» editorial do director do Público.