A ofensa, a agressão são dispositivos de emancipação, no sentido em que é pelo acto de obrigar os outros à dor que se define e percebe fenomenologicamente a distância entre a identidade e a alteridade, distância, essa, que é condição da consciência. Quando a dor se domicilia nos outros – e é notada –, a consequente devolução de nós a nós-mesmos permite revelar que nos conquistámos e, por essa revelação, experimentar a propriedade que nos faz ser diferentes dos outros, a propriedade que nos confere ser(iedade) e singularidade. É por isso que magoar (os outros) nos liberta. O Marquês.