<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2004-04-28


Caminhavam abraçados. Notava-se nela a embriaguez da paixão. Falava. Gesticulava. E sorria. Sorria muito. Entretanto, esquivou-se ao abraço, ela. Correu. Saltitou, estendendo o braço direito, como que tentando agarrar o céu. Depois parou. Sorriu para trás, para ele, que caminhava pausado, com as mãos aconchegadas nos bolsos das calças. Ela começou outra brincadeira, então. Abriu os braços e, oscilando-os para cima e para baixo, alternadamente, fingiu planar. Passou por ele, em passos pequenos e sincopados, inclinando também a cabeça para um lado e para o outro. Ele sorriu, embora com embaraço. Ela, indiferente, continuou a planar. Curvou. Tornou a passar por ele. E, ainda embalada no gesto do planador, jogou-se para o outro lado da avenida Cinco de Outubro. Foi atropelada por um Citröen Ctrês. Aflito, ele, destrambelhado, começou a gritar, Paixão!, paixão! Ela, caída, desmaiada, não respondeu ao apelo. O carro, brusco, havia-lhe encontrado uma anca, projectando-a contra o asfalto. Ele, ainda mais destrambelhado, continuou a gritar, Amor!, amor!, amor!, ao mesmo tempo que corria para o corpo dela. Os voyeurs, atraídos pelo acidente, precipitaram-se para o local. Perfilaram o cerco habitual. Ele ajoelhou-se junto dela. Sangue, havia sangue no chão. A dor corria por ali. Corria ainda quente, derramada. É uma regra da vida. A paixão antecede o acidente. O sofrimento sucede-lhe. O Marquês.


Enviar um comentário

2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).