A propósito das criaturas que, por assobios e apupos, vaiaram hoje o senhor primeiro-ministro e o senhor ministro de Estado e da Defesa, perguntou o David, “será que quem o fez não percebia que apupava as instituições democráticas?”. Sobre as consciências dos assobiadores e apupadores convém não dissertar, pois só eles sabem o que, na circunstância, lhes escorreu ou não no juízo e na vontade. Seja como for, mais relevante do que saber-se se as criaturas percebiam que estavam implicitamente a apupar as instituições democráticas, é tais fulanos poderem apupar as instituições. Apenas por real gana ou folclore cínico. Pode não ser bonito, cortez ou sequer atinado. Mas é possível fazê-lo sem outra consequência que não o julgamento moral dos que assobiaram e apuparam o senhor primeiro-ministro e o senhor ministro de Estado e da Defesa. É isto, pois, também, a liberdade, a hipótese de se assobiar as instituições ou quem as corporiza. Isso e mascar pastilha elástica durante cerimónias ou paradas. Nicky Florentino.