Pouco interessa saber quem foi responsável pela morte de Jesus, se a trupe judia de Caifás, se a administração imperial romana sob Pilatos, se a mole gentia de Jesusalém. Uma interpretação macia dos evangelhos permite afirmar que Jesus não foi morto, Jesus ofereceu a sua vida, entregou-se voluntariamente ao martírio, com o propósito de redimir a humanidade, de tirar o pecado do mundo. É pouco provável que, por essa (in)acção, tenha almejado os seus intentos. Conseguiu, porém, que, volvidos milénios, num ritual cíclico, se celebre de modo tão púdico e fingido a pornografia do seu suicídio masoquista. Segismundo.