Quem será o cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu da coligação composta pelo PSD e pelo CDS/PP? A pergunta é tonta e revela a ligeireza com que a generalidade dos gentios se relaciona com a política. Não obstante o voto seja creditado a uma lista, conveniemente fechada – isto é, com ordem definida e indisponível ao sufragador –, o que cativa atenção da maior parcela dos eleitores é somente a primeira figura do elenco. Compreende-se que a metonímia seja um operador de economia cognitiva. Mas é também o dispositivo pelo qual, em política, sob a pele de coelho, se introduz fauna de pior carne e juízo do que aquela que é sugerida pelo peluginoso rótulo da embalagem. Nicky Florentino.