A propósito dos processos de concertação social em torno do «Contrato Social para a Competitividade e o Emprego», afirmou o senhor presidente da CIP, “eu nunca assisti a uma negociação tão vaga, tão dispersa, tão intermitente. O senhor José Ernesto Cartaxo, dirigente da CGTP, mais cáustico, disse, “os ministros só ouvem, não avançam propostas, não têm iniciativa política, não negoceiam. Aquilo é um «ram-ram» aflitivo e angustiante”. Respondeu o senhor secretário de Estado do Trabalho, com irritação, “como é que o Governo não negoceia se está quinzenalmente reunido? E se eu já reuni bilateralmente várias vezes com os parceiros sociais?”. Dado que há divergências de fundo entre as partes, inclusive quanto ao modo como o processo negocial está a decorrer, isto significa inequívoca e evidentemente que as coisas estão no bom caminho. Convém não esquecer que o dissenso é o princípio e o motivo de qualquer negociação. Nicky Florentino.