O pároco satisfez-se com uma oração curta. Sentiu-se preparado. Em seguida, vestiu as insígnias da juventude, fez-se ao caminho, no encalce de uma vítima, mulher, qualquer que fosse. Decidiu esperar na sombra de um edifício em ruínas, protegido. Esperou. Esperou. Esperou. Surpreendeu a primeira mulher que se aproximou do local. Abordou-a, com um cumprimento, boa tarde. A mulher sorriu-lhe e, como está senhor prior?, perguntou. Estou com o diabo no corpo, respondeu. Ela correspondeu, está a ser maroto, disse. Ele concentrou-se, encontrou com as mãos uma faca de gume rude, apontou-a e, com um gesto largo, de balanço, rasgou-lhe o ventre. O olhar da mulher morreu. Não gritou. Não esboçou sequer defesa. O seu corpo, falecido, tombou no chão. O sacerdote, depois, ajoelhou-se e agarrou as vísceras do cadáver. Ao mesmo tempo começou a sussurrar uma ladaínha, cordeiro de deus que tirais o pecado do mundo... O Marquês.