Quem domina, ainda que no mínimo, a arte das políticas sabe que o medo cativa e conquista mais lealmente os gentios do que a fé. A fé é um recurso contingente e volátil. O medo é uma forma robusta e obrigada de respeito. Por isso, anunciar à hora de almoço que, em dois mil e três, o défice orçamental se cifrou em dois vírgula oito por cento do ProdutoInternoBruto e que isso é uma verdade simpática, por mais que pretenda assustar, é apenas um apelo ao credo alheio. Que, vindo de onde vem, bá!, não vai longe. Nicky Florentino.