<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5515885\x26blogName\x3dAlbergue+dos+danados\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://alberguedosdanados.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://alberguedosdanados.blogspot.com/\x26vt\x3d-7878673483950887896', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
Albergue dos danados

Blog de maus e mal-dizer 

2004-01-16


O motivo não era o ódio. Esse era, aliás, um dos sentimentos que ele jamais recenseara no seu catálogo de emoções, por a vida não lhe ter proporcionado semelhante experiência. Raiva já sentira, mas não é sensação que se confunda com o ódio. O ódio é uma forma sublimada de amor, um desejo de dor, um silêncio cavado fundo que troa gravemente vingança. A raiva é uma sofreguidão que se consome na sua própria leveza, não se estende no tempo, esgota-se em si mesma. O ódio, ao contrário, pressupõe um objecto onde se procura o afago de um crédito e para o qual se projecta serenamente o vagar com que se odeia. O motivo não era o ódio, pois. Colheu-o na mira, escolheu o ponto onde o projéctil haveria de cravar-se. Onde?, no peito?, na testa? Assestou no alvo, primiu o gatilho. Alea jacta est. O corpo tombou no seu destino, vergado pelo impacto de uma pequena cunha de metal, de pequeno calibre, que lhe estourou o crânio. A massa encefálica libertou-se desordenada. O sangue correu, correu solto, infrene. O motivo não foi o ódio. Foi um contrato. Pagaram-lhe uma morte. E ele cumpriu, conforme ordena o protocolo e a honra profissional. Sine ira et odio, sine ira et studio. O Marquês.


Enviar um comentário

2003/2024 - danados (personagens compostas e sofridas por © Sérgio Faria).