É lição da vida que as grandezas são relativas. O que é grande para uns não é necessariamente grande para os outros e vice-versa. Até aqui tudo bem. O problema, o problema sério, coloca-se quando as diversas partes – duas ou mais – utilizam o mesmo critério de aferição de um determinado fenómeno e, mesmo assim, não se entendem no juízo quanto à grandeza desse fenómeno. Será assim expediente tão difícil contabilizar o número de grevistas da administração pública? O sistema decimal não é o mais adequado para essa contabilidade? A numeração árabe não capta essa grandeza convenientemente?
Todas estas interrogações são absolutamente desprovidas de pertinência. Em rigor, não interessa puto saber quantos foram os grevistas, se muitos, se poucos. Isso é irrelevante. Relevante para qualquer gentio que se preze – e que não seja grevista ou criatura afim – é se a greve o afectou. O impacto da greve na vidinha é muito mais ponderoso do que a sua dimensão. O resto é conversa. Que não é sequer fiada. Se fosse fiada, era confiada. E haveria de bater certo. Pelo menos nas contas. Nicky Florentino.