Escreveu o João na edição de hoje do espesso Expresso, “o Estado deve proteger-nos dos outros. Mas deve, sobretudo, proteger-nos de nós próprios”. Não! O Estado não deve proteger-nos dos outros. Apenas deve proteger-nos das ofensas dos outros. E o Estado não deve proteger-nos de nós próprios. Pois a protecção de nós próprios só pode ser garantida pelo juízo. Se em nós próprios existir siso, existe. Se não existir, duas hipóteses apenas. O internamento compulsivo em sanatório ou asilo adequado. Ou, melhor, o suicídio. Tudo o mais tende a configurar-se uma insidiosa forma de tutela que nem o Estado nem qualquer maravilhosa – leia-se: atinada – criatura pode garantir convenientemente. Pela simples razão de que isso é missão para divinas criaturas, tipo menino Jesus. Nicky Florentino.