O que mais interessa num jogo de futebol não acontece necessariamente no relvado, durante o tempo regulamentar da partida. No jogo de hoje, entre o Sporting Clube de Portugal e o Futebol Clube do Porto, confirmou-se essa excepção. Durante o intervalo, com transmissão directa na televisão, viu-se o senhor presidente do Futebol Clube do Porto, junto ao banco de suplentes da sua equipa, a falar ao telemóvel e a acenar, com denodado afecto, à sua paixão, que estava de pé, na tribuna do estádio. A cena foi tão bonita quão patética. Pelo que, naquele instante, a imagem do amor cúmplice dos dois se revelou uma metáfora da existência e da condição humana muito mais ajustada do que o jogo de futebol. Ver um velho enamorado a fazer figuras daquelas, tristes, é uma lição para a vida inteira. E para todos. O Marquês.