No pretérito domingo, em artigo estampado no vetusto Diário de Notícias, escreveu o senhor dr. ministro do Trabalho e da Segurança Social, “este Código do Trabalho tem como trave-mestra a flexibilidade assente no personalismo, pois para nós as pessoas estão sempre primeiro”. Se as pessoas estão sempre primeiro por qual raio é que inventaram essa coisa chamada Código do Trabalho para as submeter? Se as pessoas estão sempre primeiro, é favor, como sugeriu o genro de Marx, reconhecer o direito à preguiça. Ou à baixa fraudulenta. Ou ao absentismo. Ou ao desemprego voluntário. Ou ao caraças. Isso, sim, seria respeitar esse estúpido princípio de que as pessoas estão sempre primeiro. Em todo o caso, reconheça-se, em rigor, quem está sempre primeiro é a primeira pessoa do singular. Para além dela o que existe é cerco. E o cerco é a negação da pessoa, do pessoal. Segismundo.