Ele, desculpa, pediu. Ela, não desculpo, disse. Ele, por que motivo não me desculpas?, perguntou. Ela, porque me magoaste, respondeu. Ele, mas é por isso que te rogo perdão, explicou. Ela, mas é por isso que não te concedo o perdão, explicou também. Ele, então, sem perdão, assassinou-a. Os seus polegares congestionaram-lhe a traqueia. Ele, e agora?, perdoas-me?, perguntou-lhe. O cadáver não lhe respondeu. Quem cala consente, foi o que ele raciocinou. Sentiu-se satisfeito. Depois sorriu. E pôs-se a ouvir Carla Bruni. Le toi du moi. Era o que no instante passava na rádio. O Marquês.