A estreiteza do espírito afere-se em termos da respectiva capacidade de diferenciação. No que ao espectro político – e não só – concerne, a tendência é para que tudo seja disposto no curto espaço de resultados que reconhece apenas a esquerda e a direita. Para qual lado seja a esquerda ou a direita pouco releva. E se já é sobejamente confrangedor pretender arrumar tudo em termos de esquerda e direita, agora instalou-se a propensão a afirmar-se banalmente os extremos da esquerda ou da direita. Como o alcance das vistas políticas é curto, para além de um limiar próximo tudo parece distante, no extremo. É por isso que a extrema direita é logo ali. E os radicais de esquerda pairam aqui tão perto. Os espíritos estreitos não são capazes de alcançar distâncias maiores. Mas insistem em ordenar tudo segundo os paradigmas e os sintagmas dos tempos em que a sensibilidade permitia a percepção da pluralidade. Uma verdade, porém, permanece, a preguiça e as vistas curtas nunca foi condição ou seguro de bom trambelho. Nicky Florentino e Segismundo.